segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sem Título

Aquele espelho perante o qual ele se situava era afinal uma janela. Preso no seu quarto enquanto a chuva colidia com as telhas da sua casa percebeu que, com pequenos desenhos imaginários, a sua alma faz um mundo controlado pelas suas vontades. Os deuses que o enterraram não passavam agora de mortais, pois alteraram-se as leis da física naquele rasgar de ponteiro. O rapaz desprotegido que ele teria sido noutra vida ( ou noutro modo de vida) continha agora explosões na sua mão, todas elas causadas por batimentos cardíacos que a emoção causava à alma! A liberdade ganhou um novo sentido e os critérios alteraram-se!
No entanto tudo o que lhe tirava os limites vivia limitado por uma pessoa. Aquela casa presa ao fim do mundo, onde baldes servem de recipientes para a água que se infiltra, está preenchida de tatuagens de um amor existente. Ao ultrapassar a porta, ao entrar naquela divisão, o rapaz apercebeu-se da sua mudança de dimensão e, numa viagem estática, esqueceu a sua visão egocêntrica pela janela e fixou o olhar às fotografias que mostram que aquele quarto também sangra. Estava acordado, longe do mundo, num livro escrito por ele e por quem nunca deixou de amar.
Como é que aquilo aconteceu? Só esta história o poderá dizer...

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